Inovação: cinco passos para conseguir transformar a cultura da sua empresa
O segredo que todo mundo quer saber: como você cria essa ideia matadora? Quando um lampejo de inspiração trará o próximo Steve Jobs ou Mark Zuckerberg? Toda empresa, todo empreendedor está esperando desesperadamente as respostas.
A verdade é que a inovação é mais que um momento de gênio: é um processo pelo qual uma ideia se torna um produto criador de valor. A empresa de software tributário Intuit é um exemplo: em 2011, anunciou o lançamento nos Estados Unidos de um aplicativo que permitia aos usuários registrar seus impostos por smartphone. Esse produto foi resultado do esforço de uma equipe de especialistas: uma força-tarefa para ajudar os clientes a digitalizar documentos fiscais.
Assim surgiu o aplicativo SnapTax em apenas seis semanas, permitindo que os usuários enviassem declarações de imposto simples em cerca de 15 minutos. Depois de duas semanas de seu lançamento, o produto derrubou o Angry Birds do topo da lista do iTunes.
“Não há nada rotineiro na jornada de inovação”, diz Siobhan O’Mahony, professora associada de estratégia e inovação da Boston University, que estudou as fórmulas usadas pelas empresas. Suas descobertas deram origem a uma série de melhores práticas aplicáveis em todos os campos: do produto ao mercado.
“Na maioria das vezes, estamos concentrados em replicar os processos que geraram e que agregam grande valor em termos de produtos e serviços”, detalha. “Quando analisamos a inovação, vemos algo replicável. É uma dança entre gerar e cultivar – entre deixar mil flores desabrocharem e controlá-las”, filosofa. Confira abaixo alguns dos principais passos do processo inovador segundo a autora:
- Identificar o problema: embora a geração de ideias esteja no coração da inovação, o processo normalmente começa antes, com duas perguntas: por que estamos buscando inovar em primeiro lugar? Qual é a necessidade que nossa organização procura atender? “Para o indivíduo que quer ser mais inovador, o primeiro passo é acertar o problema”, diz. Essa é uma das razões pelas quais as melhores ideias tendem a vir das pessoas mais próximas ao consumidor ou aos produtos: uma compreensão abrangente dos hábitos dos clientes pode identificar uma necessidade não atendida anteriormente.
- Gerar ideias: quanto mais, melhor. Na prática, funciona como um funil onde entram as matérias-primas (insights), que devem ser repetidos e refinados até encontrarem as melhores fórmulas. Para isso, é necessário entender muito bem o ambiente do problema: “o segundo passo é sair da sua cadeira e se envolver com o mundo”.
- Encontrar uma solução: uma vez que uma necessidade é identificada, a busca deve ser por resolvê-la. É importante ter em mente que a maioria das grandes inovações não são completamente novas, mas se originam de coisas já existentes. Basta olhar empresas como o Airbnb e o Uber, por exemplo, que inovaram colocando serviços já existentes em novos contextos.
- Transformar em realidade: a maioria das inovações precisa de tempo e espaço para evoluir. O desenvolvimento de uma ideia inicial em um produto de sucesso é um processo social. Por isso, os membros da equipe devem trabalhar juntos, levantando questões e contribuindo com soluções ao longo do caminho.
- Criar o protótipo: em um artigo de 2014, O’Mahony e Victor P. Seidel, da Babson College, estudaram seis equipes de desenvolvimento de produto à medida que criavam novas tecnologias. Os grupos de maior sucesso usavam três tipos de representações verbais e visuais: protótipos, para comunicar a aparência física; histórias, para descrever a essência do problema a ser resolvido, e metáforas ou slogans, para comunicar as principais qualidades de um produto. O protótipo, a história e a metáfora funcionam juntos como um “repertório de representações” para criar uma visão específica e compartilhada do que o produto será.
Na próxima semana, publicaremos aqui na Vokse mais um artigo sobre esse estudo. Aguarde!