Por que o MIT lança um curso de cibersegurança para executivos não-técnicos?
O Massachusetts Institute of Technology (MIT) lançou um curso com o seguinte tema: “Liderança em cibersegurança para executivos não-técnicos”. O programa revela uma tendência que deve ser levada em conta pelas principais empresas do Brasil e do mundo: a segurança cibernética é uma responsabilidade, não apenas do departamento de tecnologia da informação.
Isso porque, as portas estão abertas: basta uma tecla para desencadear uma crise de segurança cibernética em toda uma organização. A a responsabilidade recai sobre toda a equipe executiva, muitos dos quais não têm o conhecimento técnico necessário para resolver as questões críticas.
Visão mais ampla
“Há uma necessidade crescente de a segurança cibernética ser vista de uma perspectiva holística, não apenas como responsabilidade dos executivos de segurança e tecnologia”, comenta Keri Pearlson diretor executivo de cibersegurança do MIT Sloan. Os tecnólogos “tomam ótimas decisões, mas não necessariamente entendem o seu negócio. Como executivo, é necessário saber o suficiente para ser um participante experiente nessas discussões ”, comenta.
“Isso não significa que todos na organização precisam entender como o firewall funciona e qual é a arquitetura de defesa detalhada, mas devem ter a responsabilidade de manter a organização segura,” continuou. Segundo o especialista, os desafios são muitos para que se possa conseguir que as pessoas de uma organização estejam atualizadas com o que é preciso para prevenir ataques cibernéticos. Essa prevenção é tão importante e possivelmente até mais difícil do que implementar as medidas tecnológicas certas. “É preciso mudar cultura, o que pode ser bastante complicado”, diz.
Mas é possível e, quando funciona, as empresas se sentirão menos suscetíveis a serem vítimas de ameaças cibernéticas e mais resistentes quando estiverem sob uma. Uma falha não está em apenas de uma pessoa, mas tem raízes mais profundas a toda cultura de segurança cibernética da organização.
No Brasil, há diversos cursos de cibersegurança em universidades renomadas, como a Universidade de São Paulo, mas ainda não é comum esse recorte não-técnico embora o tema seja preocupação constante das organizações. Uma da empresa global de segurança Norton mostrou que em 2017 o número de vítimas de problemas virtuais chegou a 42,4 milhões no nosso país, gerando um prejuízo de US$ 10,3 bilhões. Além de ataques a bancos de dados empresariais, os crimes incluem clonagem de cartões de créditos e desvios de quantias de contas online.
Ou seja, todo o cuidado é pouco e quanto mais preparados os executivos estiverem, melhor para as empresas e a população em geral.