Como reagir e realinhar o negócio para recuperar a saúde da organização

Perda de market share, redução de faturamento, capacidade ociosa, piora de resultados. Problemas como esses podem indicar uma crise de estratégia ou de rentabilidade na empresa e aprender a lidar com eles faz (ou deveria fazer) parte da rotina dos gestores. Todavia, muitos não sabem como reagir e realinhar o negócio para recuperar a saúde da corporação e tendem a buscar as respostas no mercado, na concorrência ou na situação macroeconômica do país. Esses são aspectos importantes, mas é preciso, primeiro, olhar para a própria organização.

Avaliar a possibilidade de redirecionar recursos, desativar antigas linhas de produtos e desenvolver novas tecnologias são algumas das ações possíveis. “Às vezes, realinhar exige ainda modificar radicalmente a estratégia, a estrutura, as capacidades e até mesmo a cultura da organização. O realinhamento normalmente reconduz a empresa ao status de sucesso continuado”, afirma o escritor canadense Michael Watkins em trecho do livro Os primeiros 90 dias – estratégias de sucesso para novos líderes, (editora HSM, 2016).

Watkins diz que um dos principais obstáculos ao realinhamento é admitir a realidade. Muitos gestores creem que estão dando suporte ao sucesso, quando, na verdade, podem estar contribuindo para a aprofundamento da crise. Sem estratégia definida, muitas empresas confundem metas operacionais de curto prazo com investimentos de longo prazo e não sabem o que fazer para garantir o futuro. Atuam mais no sentido de sobreviver à concorrência do que obter vantagem competitiva – e acham que isso é uma estratégia. Nesse estágio, entrar num processo de crise é apenas uma questão de tempo.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes à base 2014, 60% das empresas não sobrevivem após cinco anos de atividade. Outro estudo da Fundação Dom Cabral constatou que três quartos das principais empresas do país não conseguem se manter no ranking das maiores companhias por três décadas. Para Carlos Arruda, coordenador do núcleo de inovação da escola de negócios mineira, dinheiro em caixa, valores sólidos e um clima propício de trabalho não são fatores determinantes. O sucesso, disse o pesquisador em entrevista para a revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios, está relacionado a empresas e líderes que não se acomodam e são capazes de antever o futuro e transmitir a sua visão para os outros.

Planejamento

O planejamento a longo prazo não trata das decisões futuras, mas com o futuro das decisões atuais, teria afirmado o professor e pensador austríaco Peter Drucker (1909-2005), um dos mais respeitados especialistas em gestão e administração de empresas, considerado o pai da administração moderna.

Mas o que significa implementar estratégias de crescimento?

• Organizar defesas, antecipando-se a novos problemas.
• Aperfeiçoar os processos de gestão.
• Realizar projetos de melhoria da performance.
• Promover uma estratégia de portfólio para atingir novos mercados e produtos.
• Desenvolver a equipe para que adquira autonomia e independência.
• Estruturar um modelo de governança.

Essas são algumas das medidas necessárias à retomada do crescimento. Quais delas priorizar depende de uma análise detalhada da situação de cada empresa.

Por: Rodrigo Duque